Durante todo o tempo na umbanda, me perguntava: “Como posso falar algo, fazer algo sem saber o significado ou motivo pelo qual estou fazendo ou falando?” Não posso viver, entender e pregar uma religião que eu não entenda! Por esse motivo sempre procurei estudar, saber, ouvir e perguntar sobre tudo. Por este motivo, nossa casa segue a raiz UMBANDA PÉS NO CHÃO, aplicada pelo Pai Fernando de Ogum, fundador do Terreiro de Umbanda Pai Maneco (Curitiba-PR), onde fui feita mãe de santo, dentro de seus preceitos e fundamentos.
A diferença da linha Kardecista e a Umbanda é que a primeira só trabalha com a energia dos médiuns e do espírito, enquanto a nossa Umbanda, além disso, manipula os elementos Terra, Ar, Fogo e Água – explorando o conhecimento dos índios e pretos, através das Ervas, Ponteiros, Imagens, Charutos, Pólvora (fundango) e Guias de proteção, além da grafia mágica da Pemba.
Além do Triangulo Espiritual (Caboclo, Preto Velho e Criança) fazem parte da Umbanda várias linhas: ciganos, boiadeiros, baianos, marinheiros, médicos, orientais, entre outras. A grande força da Umbanda está com a Quimbanda, onde trabalham os Exus e Pombagiras, a esquerda da Umbanda. Sendo assim nossa casa tem atendimentos abertos ao publico com exus e pombagiras, pois acredito que a luz que eles tem é a mesma que qualquer outra entidade tem. Podendo ajudar e esclarecer problemas da mesma forma que qualquer outra linha de trabalho.
A Umbanda tem uma relação próxima com a Igreja Católica pelo nome N.S. da Piedade (primeiro terreiro de umbanda), que deixou fortes raízes entre as duas religiões, além do sincretismo com os santos católicos.
Lembrando sempre que Candomblé não é Umbanda e misturar as duas religiões em uma só descaracteriza as duas religiões, não sendo nem Umbanda e nem Candomblé. Nós devemos seguir a Umbanda sem misturar com o Candomblé. Como não sou conhecedora do Candomblé, então prefiro não explanar sobre o assunto, apenas deixando claro que para mim cada religião é uma e ao mistura-las cria-se uma terceira religião.
A minha Umbanda é simples, é alegre, é vibrante, sem misticismo… Os pés no chão são para lembrar de onde viemos, porque viemos e lembrar que quem manda nos trabalhos são sempre os espiritos! São eles que ditam as regras e direção sempre.